quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Comunicação Social dos Emigrantes ignorada!

Luso Jornal, semanário franco-português noticia na sua edição de 9 Outubro 2008:

O projecto de lei do PSD de apoio aos meios de comunicação social no estrangeiro foi chumbado na semana passada, no Parlamento, com os votos contra do PS e a abstenção das restantes bancadas parlamentares.
Na sessão plenária, o Deputado do PSD por Fora da Europa José Cesário defendeu medidas de incentivo aos meios de comunicação social portugueses no estrangeiro para contrariar algumas decisões do Governo como o fim do porte pago e a criação de um portal de imprensa para as comunidades. “Há dois anos que o Governo decidiu liquidar o porte pago. Foi uma das suas primeiras grandes machadadas na sua relação com as comunidades portuguesas. O portal nunca existiu”, afirmou o Deputado.
Nesse sentido, José Cesário defendeu que se desenvolvessem incentivos para fomentar o lançamento de novos títulos, promover o associativismo entre órgãos de comunicação social e dinamizar o intercâmbio entre os órgãos da diáspora e os que existem em Portugal, entre outros.
Do lado do PS, a Deputada socialista por Fora da Europa, Maria Carrilho, questionou porque é que o PSD nunca tomou essas medidas quando esteve no Governo. Garantindo que o porte pago existe, a Deputada afirmou que o projecto de lei do PSD tem limitações, nomeadamente nos critérios definidos para o controlo e avaliação dos projectos a serem apoiados.
Jorge Machado, do PCP, responsabilizou o PSD pelas "más políticas" de emigração que disse terem sido produzidas ao longo dos anos, em que as "comunidades foram colocadas para segundo plano".
"Na questão do fim do porte pago, convém lembrar que quem iniciou o processo foi o PSD", sublinhou. Apesar de considerar que o projecto está "mal elaborado, é vago, e não tem em conta a realidade da comunicação social portuguesa no estrangeiro", o Deputado defendeu que "é preciso apoiar essa comunicação social", pelo que o PCP decidiu abster-se.
Por seu lado, o Deputado Hélder Amaral, do CDS-PP, centrou a sua intervenção na importância da comunicação social portuguesa no estrangeiro para a promoção da língua e cultura portuguesas. Hélder Amaral defendeu ainda que o PSD poderia ter "ido mais longe" no projecto de lei porque todas as soluções apresentadas passam por "atirar mais dinheiro" para os órgãos de comunicação social portugueses no estrangeiro.
A Deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda (BE), afirmou que a intenção do PSD "é boa", mas "não é inteiramente clara". "A promoção da língua e cultura portuguesas no estrangeiro deve ser uma das componentes da política externa portuguesa", defendeu a Deputada, acrescentando que o projecto do PSD "precisa de ser muito trabalhado".

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