quinta-feira, 16 de outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Factos da História luso-canadiana

Imagens simples que dizem muito dos portugueses que estão no Canadá.

http://www.manuelcarvalho.8m.com/painel.html

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Liberdade para artistas presos

Os artistas que estejam presos por defenderem os Direitos Humanos podem candidatar-se a um prémio, nomedamente com a obra que os levou à cadeia.

http://www.freedomtocreateprize.com/OtherLanguages/ArtVenture_Freedom_to_Create_Prize_(Portuguese).pdf

Português em Timor demora décadas

http://www.mundolusiada.com.br/CPLP/cplp406_out08.htm

Língua portuguesa ensinada no Haiti

Sexta-feira 03 OUT 08 , O Mundo Lusíada
Língua portuguesa vai passar inglesa no Haiti, diz professor
Por Carla MendesDa Agência Lusa
A língua portuguesa poderá ser ensinada nas escolas do Haiti futuramente e ultrapassar a influência do inglês, disse à Agência Lusa o diretor do Centro de Estudos Brasileiros, José Renato Baptista, que oferece cursos de português em Porto Príncipe, capital do país, a baixo custo.
"Tenho a ousadia de dizer que o povo haitiano não fala francês. O crioulo é muito forte aqui e apenas uma elite fala francês. E vou além: o português vai passar o inglês no Haiti", afirmou Baptista.
Na sua opinião, a participação do Brasil na Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah) "abre um grande caminho para língua portuguesa" nesta ex-colônia francesa, o primeiro Estado da América Latina a obter a independência e a primeira república liderada por negros no mundo.
"Gostaríamos de ter parcerias neste projeto e Portugal seria um parceiro muito interessante para nós planejarmos a difusão da língua portuguesa no Haiti", frisou Baptista, que está fazendo em Porto Príncipe uma pesquisa para o seu doutorado em antropologia.
O Centro de Estudos Brasileiros oferece aulas de português com duração de uma hora e meia cada, três vezes por semana, a um custo de 1.000 gourdes haitianos (25 dólares) por trimestre, além de cursos de informática e de música.
A instituição tem apenas dois professores: Baptista, que é antropólogo, e a embaixatriz do Brasil no Haiti, Roseana Kipman, uma mulher que enfrentou mais de 10 horas nas estradas destruídas pelos furacões este mês para levar, pessoalmente, alimentos à população de Gonaives, no norte do país, uma das mais atingidas pela tragédia.
Na concepção de Roseana Kipman, o Centro de Estudos vai além dos cursos de português e pretende também irradiar a cultura brasileira.
"Eu tive 40 alunos que não sabiam nada da nossa língua e hoje falam português. É uma coisa emocionante de se ver. Emocionante também foi assistir, em junho, à festa junina que nós promovemos. Havia 20 pares, todos haitianos, a dançar quadrilha", contou a embaixatriz.
A maioria dos estudantes tem baixa renda, mas são privilegiados neste país onde cerca da metade da população é analfabeta. Os alunos vêem no curso uma possibilidade de melhorar o nível de vida.
ChanceUma janela de oportunidade é trabalhar como intérprete no Batalhão Brasileiro (Brabat) no Haiti ou até mesmo conseguir uma bolsa de estudos no Brasil. É o caso de Jean Baptiste Jean Denis, de 26 anos, que trabalha hoje no Brabat como tradutor.
"O português mudou muito a minha vida, muito, muito. Eu quero fazer faculdade no Brasil, quero estudar Relações Exteriores. Quero me preparar e depois ser útil para o meu país. Cada haitiano gosta do seu país e, apesar de tudo, temos orgulho dele", disse o tradutor.
O jovem disse estar disposto também a ir para outros países, como Portugal, para estudar, mas precisa de uma bolsa, já que, com o dinheiro que recebe como intérprete, sustenta outras seis pessoas da família. "Arrume uma bolsa de estudo para mim, no Brasil ou em Portugal. Eu não vou decepcionar", apelou o rapaz.
Nas ruas dos bairros pobres de Porto Príncipe, a vontade e a necessidade de se comunicar com os soldados brasileiros despertam também em algumas crianças o interesse pela língua portuguesa.
"Beleza, beleza", disse um menino de não mais de 10 anos, a correr atrás de um carro de patrulha do Brabat.
Outro garoto, morador da pior favela de Porto Príncipe, Cité Soleil, surpreendeu pela fluência no idioma. "Eu gosto dos militares brasileiros. Eles falam conosco. Quando a gente está com fome, eles nos ajudam. Brasil, Brasil!", exclamou Smith Sarobo.
O adolescente de 14 anos contou que aprendeu a falar português com a ajuda de um sargento brasileiro, que lhe deu um livro, mas não apenas isso. Deu-lhe também atenção e amor.

Guiné-Bissau prepara eleições

http://jornaldigital.com/noticias.php?noticia=16527

Português em Moçambique

http://www.instituto-camoes.pt/mocambique/xx-curso-de-literaturas-em-lingua-portuguesa-2.html

Emigrantes de Loures

http://www.mundolusiada.com.br/COLUNAS/ml_artigo_519.htm

Petróleo em São Tomé

Sábado 11 OUT 08 , O Mundo Lusíada
São Tomé e Príncipe: todo mundo de olho
Ninguém ouve falar, mas o mundo todo está interessado no arquipélago africano, que repousa sobre um manto de 11 bilhões de barris de petróleo.
Com 151 mil habitantes distribuídos entre as duas pequenas ilhas na costa oeste africana, o arquipélago de língua portuguesa é, hoje, uma nação desconhecida. Um dos cinco países da CPLP, situado no golfo da Guiné, sob a presidência de Fradique Menezes e tendo como Primeiro-Ministro Rafael Branco, este desconhecido já representou o apogeu da expansão marítima e, hoje, tenta traduzir a herança do colonialismo europeu e suas riquezas naturais para o novo século.
Na busca por uma rota segura para as Índias, navegadores portugueses aportaram, em meados do século XV, nas ilhas de São Tomé e Príncipe. Desde o início, a corte real portuguesa se preocupou em transformar as ilhas em um entreposto comercial para os navios que se dirigiam ao Cabo da Boa Esperança, e numa ponte para o comércio entre a metrópole e suas frentes na costa africana, onde os portugueses estabeleceram feitorias desde o golfo de Guiné até a costa da Angola.
Movido por sua expansão territorial em terras africanas e americanas, no início da era de ouro da escravidão, Portugal posicionou São Tomé e Príncipe como um ponto geoestratégico na economia global da época. No final do século XVI e início do século XVII, começou a colonizar as ilhas de forma não somente a transformá-las em um local de convergência de escravos captados na África e distribuídos para a Europa e Brasil, como também a explorar a terra, desenvolvendo uma cultura de plantio baseado na cana de açúcar e, mais tarde, no café, para seguir o mesmo curso dos escravos.
Com o desenvolvimento da colônia brasileira e, finalmente, com sua independência em 1822, as ilhas de São Tomé e Príncipe não conseguiram suportar a concorrência do açúcar e do café americanos. Vendo, também, o mercado negreiro chegar ao seu fim, seus governadores e negociantes viram-se obrigados a elaborar um tratado transformando as roças nacionais em propriedades agrícolas, e a migrar seu potencial agricultor para o cultivo do cacau, que prevalece até os dias atuais e representa cerca de 96% das exportações do país. Já naquele tempo, o foco dos investimentos externos estava firmado na exploração da terra, e não no relacionamento com os indivíduos da região.
Neste ponto chegamos, então, ao que ocorreu entre os séculos XVIII e XIX. Com a revolução industrial, a economia global transitou para uma nova maneira de se construir e investir. Os pontos estratégicos que na era industrial caracterizavam um bom local para investimentos eram os seguintes: infra-estrutura básica [transporte, energia elétrica, água], mão de obra abundante e formada, produção em baixo custo, um mercado consumidor e, o ponto final, sua localização estratégica. O sistema econômico industrial possuía uma tecnologia pesada e fixa, exigindo construções que visavam uma produção de longo prazo.
Enquanto toda a economia global migrava para um novo posicionamento, a colônia africana que inicialmente se caracterizou como um local de convergência econômica e de investimentos, enfrentou o início de um período que eu chamo de Era do Esquecimento. Sentindo o peso de sua localização geográfica, e dependendo de apoio externo, São Tomé e Príncipe não conseguiu se encaixar nas características industriais. Sua vulnerabilidade e descontinuidade territorial revelaram limites intransponíveis. O custo dos transportes terrestres e marítimos, somando-se à ausência de um porto expressivo, impôs o isolamento de uma forma devastadora.
No século XX, conseguindo seguir o fluxo das mudanças no campo político internacional, com os movimentos nacionalistas, o país conquistou a independência em 1975, até chegar a ser uma República Democrática de multipartidos, em 1991. Por outro lado, o fluxo econômico seguiu inexpressivo. Por não possuir nenhuma das características exigidas pelo sistema industrial, e por não possuir um mercado consumidor expressivo, as grandes multinacionais e as marcas se esqueceram das ilhas. Com a falta de investimento e construção de uma perspectiva de futuro, STP mergulhou em uma fase de declínio econômico, chegando a possuir, hoje, a segunda maior dívida externa proporcional do mundo, que atinge uma cifra equivalente a 700% de seu PIB PerCapita.
Hoje, entretanto, vivemos em uma nova era. Transitamos daquela fase industrial para uma fase em que valoriza-se a qualidade de informação e produção de conhecimento. Estruturas fixas foram trocadas por flexíveis, as barreiras e limites geográficos foram rompidos pela interconexão das redes. A economia é criativa. STP deverá continuar com seu status “offline” para este mundo plano que se estabelece?
Talvez alguns líderes globais contemplem este cenário e cruzem os braços. Há pouco tempo, o diplomata francês, Bernard Kouchner, em entrevista sobre a questão do Tibet, definiu como se dão, hoje, as tomadas de decisão no cenário internacional: "Quando se lida com relações internacionais com países importantes como a China, obviamente são tomadas decisões econômicas à custa dos direitos humanos". Mais uma vez o indivíduo fica sem espaço. Porque investir em 150 mil pessoas se é mais lucrativo e grandioso trabalhar em locais com concentrações gigantescas de consumidores?
Eu realmente acredito que podemos e é preciso caminhar contra esta corrente. Basta pensarmos em um país que possui 55% de sua população com idade inferior a 18 anos; uma geração que só precisa de uma plataforma que a conecte com a informação e uma nova perspectiva de futuro para despertar em seu potencial criativo. Basta pensarmos em um país que, no passado, representou a conexão entre Europa, África, América e Ásia.
Hoje o arquipélago repousa sobre um manto de 11 bilhões de barris de petróleo. O EUA disponibilizaram apoio militar com alvo de proteger as fontes do ouro negro, e a Nigéria já firmou acordos comerciais com o país. Nesta corrida de aproximação, encontramos acordos políticos e econômicos vindos do Brasil, Angola, China e Taiwan, em troca de investimentos nas mais diversas áreas. Há alguns meses, a França perdoou cerca de 7,6 milhões de euro da dívida do país dívida e, seguindo o mesmo caminho, a Bélgica, cerca de 700 mil.
No momento em que o mundo volta novamente os olhos para as ilhas africanas, uma questão se coloca: iremos mais uma vez perpetuar a exploração geográfica e usar de forma descarada a mão-de-obra e a riqueza são-tomense, ou focalizaremos no indivíduo, em seu potencial e no desenvolvimento sustentável? Esta é a questão que nós precisaremos responder na segunda década deste século.
João Baptista
Do Rio de Janeiro