sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Indonésia quer entrar na CPLP

CPLP: Indonésia pretende estatuto de observador - embaixador Lopes da Cruz

19 de Novembro de 2008, 13:40

Lisboa, 19 Nov (Lusa) - A Indonésia deu início aos contactos para obter o estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse hoje à Agência Lusa o embaixador indonésio em Lisboa.

Francisco Lopes da Cruz reivindicou para si essa ideia e indicou ter mantido já contactos informais quer com o governo de Jacarta, quer com as diferentes autoridades portuguesas e com o secretariado-executivo da própria CPLP, que se mostraram disponíveis para analisar o assunto.

"Foi uma ideia que abordei há cerca de dois anos e, na altura, conversei com o Presidente da República, com o presidente do Parlamento e com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal", disse Lopes da Cruz, e estes, recordou, acolheram com satisfação a ideia.

´Para já, acrescentou, trata-se apenas de "conversas informais", tendo Lopes da Cruz garantido que também falou com os chefes da diplomacia timorense e indonésia.

"A ideia surgiu porque, entre outras razões, a Indonésia tem Timor-Leste como vizinho e as relações entre os dois países são excelentes. Por outro lado, há muitas razões de ordem histórica que ligam a Indonésia a Portugal", sustentou, exemplificando com o facto de a língua indonésia contar com cerca de duas mil palavras de origem portuguesa.

Por outro lado, acrescentou, as semelhanças entre os dois idiomas permite que cerca de 80 por cento das palavras portuguesas terminadas em "ão" sejam, em Baasa, terminadas em "si".

"Há quatro anos, a Indonésia começou a demonstrar interesse em aprofundar as relações com Portugal, tendo sido criado na Universidade de Jacarta um curso de Língua Portuguesa, que tem tido bastante sucesso", afirmou.

Em fins de Outubro, uma delegação do parlamento indonésio esteve em Portugal para, entre outras questões, abordar a adesão da Indonésia à CPLP, quer com a Assembleia da República, através do seu presidente Jaime Gama, quer com o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira.

Jaime Gama, aliás, encontra-se actualmente em visita de trabalho a Cabo Verde - está hoje na ilha de Santo Antão -, tendo terça-feira dado conta, numa intervenção na Cidade da Praia, do interesse manifestado pela Indonésia em tornar-se observador associado da organização lusófona, a par também de Marrocos.

"O que cada um dos países ganha com pertencer à comunidade (CPLP) é a a influência que irradia nos países vizinhos, onde em várias fronteiras se demonstra um interesse vivo em aprender português como forma de ter acesso aos países de Língua portuguesa, seja em África, América Latina, Europa e também na Ásia", afirmou o Presidente da Assembleia da República.

Jaime Gama salientou "o interesse que a comunidade desperta em países que querem aceder a ser observadores: Marrocos, Senegal, Guiné Equatorial, Indonésia".

Francisco Lopes da Cruz, que deixa a embaixada da Indonésia em Lisboa no final deste ano, adiantou ainda que, depois de regressar a Jacarta, vai dedicar grande parte do seu tempo à formalização do apoio governamental à obtenção do estatuto de observador associado da CPLP.

Actualmente, os oito Estados-membros que integram a comunidade lusófona contam com três observadores associados - Guiné Equatorial e Maurícias (estatuto obtido em 2006, durante a Cimeira de Bissau) e Senegal (desde a cimeira de Lisboa, realizada em Julho deste ano).

A CPLP, criada em 1996, contava então com sete Estados - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Em 2002, pouco depois de alcançar a independência, Timor-Leste tornou-se o oitavo membro da organização.

JSD/CLI.

Lusa/Fim

Braga Macedo lança livro sobre Lusofonia

CPLP: Países devem promover a Lusofonia Global - Instituto de Investigação Científica Tropical

21 de Novembro de 2008

Lisboa, 21 Nov (Lusa) - O processo de globalização só será realmente entendido e aproveitado pelos países CPLP no caso de a a organização não se fechar e promover a chamada "Lusofonia Global", afirmou o presidente do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT).

"A globalização é a palavra-chave. Mostra que estamos a olhar para uma realidade que nos ultrapassa", referiu Jorge Braga de Macedo, no pré-lançamento da obra "Futuro e História da Lusofonia Global", no Palácio da Independência, em Lisboa.

"Se os oito Estados da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) estiverem a olhar somente uns para os outros, não existirá a Lusofonia global", acrescentou o presidente do IICT.

Braga de Macedo disse, ao explicar o título do livro, que "Lusofonia é uma palavra que às vezes surpreende, pode não ser uma palavra ideal, mas é o que há - são os que falam português ou os que estão numa cultura de língua portuguesa".

Para o responsável da instituição de investigação científica, Portugal estará em melhores condições para aproveitar "a terceira vaga da globalização se o fizer dentro do quadro da CPLP".

"Naturalmente, tem que o fazer no quadro europeu, é fundamental, mas tem também de interagir com a Lusofonia", referiu.

A primeira vaga de globalização aconteceu no século XVI, em que Portugal teve um papel activo, e a segunda no século XIX, indicou o presidente do IICT.

"Portanto, na globalização é preciso dar uma resposta criativa às pressões que vêm de fora. Ser igual, sendo diferente. É isso que os historiadores chamam de diferencialidade. Isso aplica-se a Portugal, ao Brasil, a todos os estados membros da CPLP", disse Braga de Macedo, acrescentando que isso é a Lusofonia global - interagir e entender o processo de globalização no quadro da comunidade lusófona.

O livro, editado pelo IICT e organizado pelo investigador da instituição Miguel Jasmins Rodrigues, é uma colectânea de textos de pesquisadores/historiadores do Instituto de Investigação Científica Tropical sobre o futuro do organismo e assuntos pertinentes à Lusofonia, com prefácio do embaixador Lauro Moreira, da Missão Brasileira Junto à CPLP em Lisboa.

Sobre o conteúdo da obra, Jasmins Rodrigues indicou que a "História é um suporte para o futuro. Não percebemos nada do que pode vir acontecer se não entendermos o que está a acontecer neste momento, debaixo dos nosso olhos. Futuro e História estão naturalmente ligados."

Ao falar sobre a "Lusofonia global", o investigador disse que "tentaria traduzir esse conceito ao pensar nos países que falam português e nas várias comunidades portugueses que estão espalhadas pelo mundo. É uma forma de contactar e viver a realidade.

O livro será lançado oficialmente em Maputo, Moçambique - no âmbito das comemorações dos 125 anos do IICT - durante a Reunião Anual do CGIAR (Consultative Group on International Agricultural), num evento intitulado " Investigação e Desenvolvimento nos Países da CPLP", entre 30 de Novembro e 05 de Dezembro.

O ICCT também criou o Centro de Promoção da Lusofonia Global (CPLG), em Julho de 2008, para dar uma voz lusófona à actual discussão científica global, nomeadamente sobre agricultura, energia e desenvolvimento.

"Muitas vezes o trabalho científico fica um pouco fechado e achamos importante promover a Lusofonia global, nos dois anos em que Portugal preside a CPLP", finalizou Jorge Braga de Macedo.

CSR.

Lusa/Fim

Angola continua em eleições

Tudo pronto para adiar
eleições presidenciais

- 28-Nov-2008 - 14:35


Ou seja, as presidenciais em Angola foram atingidas com, pelo menos, cinco certeiros tiros

Depois do líder da Oposição e presidente da UNITA, Isaías Samakuva, ter condicionado a sua eventual participação às presidenciais, previstas para 2009, desde que estas fossem manifestamente transparentes, democráticas e sem constrangimentos como os ocorridos nas legislativas e de que a UNITA já fez eco através de um comunicado; ou seja, e segundo as palavras de Samakuva se "… não houver garantias […as presidenciais] não vão ser uma farsa".


Por Eugénio Costa Almeida

Um primeiro tiro nas presidenciais.

Depois da sondagem que o Semanário Angolense publicou na sua edição 291, de 15 a 22 de Nov., que mostravam que o actual inquilino da Cidade Alta não tinham concorrentes à altura, nem mesmo dentro do seu partido, o que tornaria as presidenciais num autêntico plebiscito, tornando quase desnecessária a votação.

Segundo chumbo certeiro nas presidenciais

Sabendo que um dos grandes objectivos de certas personalidades próximas, e mesmo dentro, do MPLA querem que o regime angolano seja total e claramente presidencialista em vez desta encapotada situação em que a Constituição aponta para um regime parlamentarista semi-presidencialista, mas que a prática mostra ser claramente presidencialista, é sua vontade é que a actual Constituição sejam rapidamente revista.

Perfeitamente natural num regime democrático e onde o Parlamento é dominado por uma maioria qualificada de um partido, no caso o MPLA. Mal ou bem, com desacertos ou situações questionáveis, os adversários aceitaram e sancionaram o que o Povo, mesmo que em eventual teoria, decidiu. E se decidiu…

Pois é aproveitando esta situação de eventual alteração da Constituição, que não tem data prevista de início e, ou, termo, que o Presidente José Eduardo dos Santos, potencial jogador nas presidenciais, decidiu condicionar as presidenciais previstas para o próximo ano à aprovação da nova Constituição; ou seja, e como o próprio Presidente fez questão de sublinhar, o presidente eleito terá de o ser "a partir do que ficar plasmado na Lei Fundamental angolana".

E aqui temos a terceira chumbada à democracia e às presidenciais.

Mas o presidente esqueceu-se de referir que uma nova Constituição não condicionará, somente, as presidências mas, também, e isso é importante não esquecer, as últimas legislativas. É que se o actual inquilino da Cidade Alta não for eleito presidente, o novo poderá sempre demitir o Parlamento e convocar novas eleições. É que a maioria qualificada do MPLA quase que o impede de procurar em outro espaço um novo “vice-líder” para chefiar o “seu” Governo.

E aqui, quer queiramos, quer não, há claramente um novo e certeiro tiro nas presidenciais e, também, nas últimas legislativas.

Por outro lado, e não deixa de ser incrível como continua a acontecer isto, vemos que o actual Presidente José Eduardo dos Santos continua a ser, previsivelmente pelo menos, jogador e árbitro nas contendas eleitorais, tal como o foi, e com legitimidade, reconheça-se, nas Legislativas.

E, gostemos ou não, isto é uma clara e manifesta condicionante na vida política nacional o que debrua como mais um certeiro e importante tiro na vida política angolana e, no caso concreto, nas presidenciais.

Ou seja, as presidenciais foram atingidas com, pelo menos, cinco certeiros tiros. E assim dificilmente uma Democracia sobrevive, salvo se o bom senso e a capacidade visionária dos nossos políticos não ficar, de todo, deslumbrada.

Maravilhas lusas, no Mundo

A par da bonita colecção que o jornal Público disponibiliza cada 5ª Feira, decorre este interessante concurso.

http://www.mundolusiada.com.br/CULTURA/cult415_nov08.htm