quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Do Brasil vem o bom exemplo

Se queremos ser líderes devemos apresentar melhoria de vida. O Brasil é e será líder da lusofonia.

Brasil quer reduzir a pobreza para um quarto até 2015


Brasília pretende reduzir a pobreza no país para um quarto até 2015, revelou hoje o ministro brasileiro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, na abertura de um seminário de cooperação entre o Brasil e África na área social.

No seminário participam cerca de trinta dirigentes e técnicos de seis países africanos, entre os quais Angola e Moçambique.

"O Brasil já conseguiu em 2005 atingir a meta do milénio de reduzir a pobreza para metade e agora pretendemos reduzi-la a um quarto até 2015", salientou Patrus Ananias.

As políticas sociais do Brasil integradas num sistema de protecção e promoção social beneficiam actualmente cerca de 60 milhões de pessoas em situação de pobreza.

"Reafirmamos o compromisso do governo brasileiro em cooperar com a erradicação da fome e da miséria no mundo", sublinhou o ministro brasileiro, que considera ter havido "avanços inéditos" na área social durante o governo do Presidente Lula da Silva.

A abertura do Seminário de Protecção e Promoção Social em Países Africanos contou com a participação da diretora de Assuntos Sociais da União Africana, Grace Kalimungogo.

O evento é uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional (DFID) e o Centro Internacional de Pobreza do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (IPC/PNUD).

O seminário, que vai permitir a troca de experiências e a integração dos países africanos com o governo brasileiro na busca de novas opções de políticas sociais bem-sucedidas, prossegue até 27 de Agosto.

Quinta e sexta-feira, a missão africana (composta por representantes de Angola, Moçambique, Gana, Namíbia, Quênia e Tanzânia) visitará programas sociais no Recife, na Região Nordeste.

Entre os projectos a serem conhecidos pelos africanos destacam-se os de apoio à agricultura familiar, cisternas, restaurantes populares, centro de referência de assistência social e o Bolsa-Família, programa de transferência de renda que hoje atende a mais de 11 milhões de famílias.

"Esta cooperação com o Brasil é muito positiva. Temos em África uma população maioritariamente pobre e, se não houver mecanismos de protecção social bem elaborados e bem implementados, não conseguiremos sair da situação de pobreza", disse à agência Lusa o diretor de Cooperação do Ministério da Mulher e Acção Social de Moçambique.

Sansão Buque lembrou que, apenas no seu país, 50 por cento da população vive abaixo da linha de pobreza, nomeadamente no meio rural.

"O Brasil tem muitos programas bons, como o Bolsa-Família, que podem ser reaplicados em Moçambique. Vamos analisar as formas de desenvolvimento desta cooperação, sobretudo na parte de assistência técnica, que precisamos muito", assinalou o representante moçambicano.

Na avaliação da delegação moçambicana, um dos grandes problemas dos países africanos é a falta de mecanismos de coordenação e de mobilização de recursos.

De acordo com o director da Acção Social de Moçambique, apenas 0,7 por cento do orçamento do Estado moçambicano se destina ao atendimento de grupos vulneráveis, como mulheres, crianças, deficientes e idosos em situação de extrema pobreza.

A directora da Assistência e Promoção Social de Angola, Nilsa de Fátima Batalha, manifestou o seu entusiasmo com a possibilidade de cooperação com o Brasil.

"Este seminário é de suma importância para o nosso país e nós depositamos muita esperança e expectativa nesta cooperação. Julgamos que poderemos transportar algumas experiências do Brasil, que tem programas e boas práticas de promoção social e combate à pobreza", afirmou Nilsa à agência Lusa.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS

Sem comentários: