sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Angola - a Democracia é do Chefe e 'mai nada'

Angola
Jornalistas portugueses sem visto para cobrir eleições - 4-Sep-2008 - 21:46 Vários órgãos de comunicação social portugueses estão impedidos de acompanhar no terreno as eleições angolanas marcadas para amanhã. A SIC, aliás, como todo o grupo Impresa, e a Rádio Renascença (RR) não obtiveram visto junto da embaixada para poderem deslocar-se em trabalho para aquele país. “A SIC lamenta profundamente que o governo angolano tenha impedido os nossos jornalistas de fazerem cobertura destas eleições”, refere a estação. “No caso da Renascença não houve, até agora, uma recusa formal do visto de entrada”, afirma em comunicado. “Simplesmente, depois de estarem reunidas todas as condições exigidas, o visto nunca foi concedido. Situação que dura há quase um mês”. Também o jornal Público não conseguiu semelhante autorização. A RR diz que “não é normal” que o “Estado Angolano recuse a entrada de alguns dos principais meios de comunicação social portugueses”. A Renascença refere ainda que “a liberdade de Informação é, em qualquer parte do Mundo, vital para as democracias. Só os Estados com vocação totalitária usam e abusam do seu poder para condicionar e manter à distância a Informação que, porventura, consideram demasiadamente independente e rigorosa; e por isso incómoda”. O comunicado da SIC, que foi lido nos seus noticiários, vai ainda um pouco mais longe: ”A proibição, que se estende a todos os órgãos do grupo Impresa, revela que o governo de Angola ainda não convive de uma forma saudável com a liberdade de imprensa e patrocina decisões que põem em causa a credibilidade do próprio actor eleitoral”. O motivo para a eventual desavença com a estação de Carnaxide parece dever-se à cobertura feita à conferência “Fazer a Diferença”, que contou com Bog Geldolf, e na qual este teceu duras críticas aos governantes daquele país. Já a Renascença diz que não encontra motivo objectivo e claro para este entrave. O problema com o jornal Público já vem detrás, tem anos. De qualquer forma, tanto a Renascença como a SIC comprometem-se a acompanhar a situação de Angola com “o rigor e a independência de sempre”, segundo pode ler-se no comunicado da Renascença. “A SIC tudo fará para informar os seus espectadores de tudo o que se passar nestas eleições”, é dito. A agência Reuters fez ontem notícia com esta matéria. Esta agência tem dois correspondentes no local.

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